Eletromobilidade: como os veículos do futuro serão abastecidos
Dois terços das pessoas moravam no campo até a década de 1950. Agora, dois terços da população
moram nas cidades. É por isso que a mobilidade urbana é um tema cada vez mais importante, ainda
mais com combustíveis fósseis se tornando escassos e com aumento de emissões de gases do efeito
estufa. Para essa questão, a eletromobilidade pode ser uma das respostas. Veja o que já está sendo
feito com essa tecnologia e o que vai aparecer nas ruas em breve:
Só até ali
As metrópoles brasileiras já se acostumaram com veículos eletrificados para complementar o
transporte coletivo. Algumas precisaram até criar leis e regras para patinetes e bicicletas elétricas
que têm feito sucesso em aplicativos de economia compartilhada e servem para pequenas
distâncias, da estação de metrô ou terminal de ônibus até o destino. Em São Paulo, a demanda por
uma maneira prática de fazer viagens de até 5km chega a 15 milhões por dia! Segundo dados do
CEBRAP (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento), isso significa que a cidade pode ter cerca de
100 mil patinetes.
Seu próximo carro vai soltar fumaça?
A eletromobilidade usada de porta a porta ainda engatinha no Brasil: aqui, a frota é pequena e os
carros elétricos e híbridos correspondem a 0,2% do mercado, de acordo com a Anfavea (Associação
Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). Países desenvolvidos mostram que a tendência
é o oposto: na Noruega, veículos movidos a energia elétrica responderam por 29% das vendas em
2016, segundo dados do Relatório Global sobre Veículos Elétricos, publicado em 2017 pela Agência Internacional de Energia.
Para chegar mais perto dos números europeus, precisamos começar a pensar em incentivos para
veículos elétricos. Em São Paulo, as primeiras políticas públicas para isso já apareceram: criada em
2014 e regulamentada em 2015, a Lei Municipal 15.997 isenta de rodízio os veículos híbridos e
elétricos emplacados na cidade e garante reembolso parcial do IPVA pago sobre eles.
Ônibus sem diesel
Ainda em São Paulo, a licitação do sistema de transporte coletivo municipal prevê a substituição da
frota de ônibus da cidade por híbridos ou elétricos. A meta é diminuir a emissão de poluentes em
50% num prazo de 10 anos.
Fora do país, os objetivos são mais ousados: Amsterdã planeja que todo o transporte público seja
feito por veículos elétricos até 2025. Isso significa trocar os ônibus da frota atual e pensar até em
uma solução elétrica para a balsa usada no transporte sobre o rio que banha a cidade.
De trem e de caminhão
O transporte ferroviário movido por energia elétrica é comum em metrôs e em trens de circulação
metropolitana para transporte de pessoas, mas também é uma solução possível para levar carga.
Uma ferrovia eletrificada torna o frete bem mais eficiente porque um veículo elétrico converte cerca
de 60% da potência em força nas rodas, enquanto um movido a combustão converte por volta de
20%. Além disso, com a linha de energia correndo junto aos trilhos, é possível levar eletricidade e
infraestrutura de telecomunicações e internet por onde a ferrovia passar.
Como o transporte rodoviário é o mais comum no Brasil, a Siemens também criou uma solução
híbrida: as eHighways. Elas são linhas elétricas que seguem as rodovias e alimentam caminhões
híbridos, equipados com motor a combustão para rodar nos trechos sem a tecnologia instalada.
Enche o tanque?
Para popularizar veículos híbridos e elétricos, é essencial pensar em como carregar de forma eficiente as baterias de veículos de pequeno, médio e grande porte e qual o impacto dessa demanda nas redes elétricas dos grandes centros urbanos. Nisso, a Siemens já é experiente: temos carregadores rápidos para dois ou até três carros e que podem ser programados para não consumir energia nos horários de pico. Também é possível montar sistemas de controle para recarregar simultaneamente as baterias de toda a frota de uma companhia.
Da pista até a rua
Desde 2014, uma categoria de automobilismo serve para o desenvolvimento de veículos elétricos: a Fórmula E. Desde então, as baterias e outros componentes evoluíram bastante e permitiram carros mais rápidos e com autonomia cada vez maior.
Enquanto isso, outras tecnologias também avançam a passos largos e com fortes ligações com os veículos elétricos. A mais óbvia delas é a popularização dos veículos autônomos. Você está pronto para chamar um carro por um aplicativo e ele chegar sem motorista?
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