Eficiência Energética, essencial para uma economia moderna
Um dos insumos que mais pesam no bolso das empresas, o custo de energia, pode ser reduzido drasticamente com estratégias eficientes e de eficiência energética
A energia é um recurso essencial para a evolução de qualquer empresa ou cidade, mas a demanda
crescente, os altos custos e a preocupação com a disponibilidade e sustentabilidade têm tornado
cada dia mais essencial a utilização estratégica desse recurso. Você já pensou quanto o Brasil poderia
economizar em dinheiro e recursos naturais se adotasse a Eficiência Energética como prioridade em
setores como iluminação pública ou indústria?
Mesmo assim, a preocupação com eficiência energética ainda não é comum no país. De acordo com
o American Council for an Energy-Efficient Economy (ACEEE), que avalia as políticas públicas e as
práticas empresariais de gestão eficiente de energia das 23 maiores nações consumidoras, o Brasil
aparece na 22ª posição porque ainda não tem mão de obra qualificada e sofre com políticas públicas
escassas no tema.
Eficiência Energética, uma tendência global
Nos últimos 10 anos, o interesse das empresas em gastar menos energia tem aumentado e ações
como a simples troca de lâmpadas por modelos mais econômicos e a mudança de turnos de trabalho
para um melhor aproveitamento da eletricidade têm ganhado força. Um indicador dessa tendência é
a busca de cada vez mais empresas pela certificação ISO 50001, norma internacional de qualidade
que estabelece parâmetros para a gestão de energia. Na Alemanha, por exemplo, já existem 8.314
companhias certificadas. Na China, líder entre os países emergentes, são 1.567. O Brasil ainda
aparece engatinhando no tema, com apenas 49 certificações
Consumo inteligente de energia
O conhecimento do seu próprio consumo de eletricidade é primordial para que uma empresa
implemente ações de eficiência energética. Com ajuda da tecnologia, já é possível acompanhar o uso
de eletricidade em cada equipamento em tempo real, 24h por dia. Com isso, é possível determinar
em quais circunstâncias acontecem os picos de consumo e quais os equipamentos responsáveis. A
modernização dos equipamentos é outro fator essencial para um consumo eficiente. Estima-se que,
no Brasil, cerca de 10% dos motores industriais do país tenham mais de 40 anos de uso.
Incentivos e financiamentos
Grande parte dos projetos de eficiência energética têm sido impulsionados por ações voltadas para a
redução de emissões de gases de efeito estufa, de acordo com dados do Conselho Empresarial
Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds), que mostram que 1 340 projetos e cerca de
86 bilhões de dólares foram gastos nos últimos 3 anos na busca por fontes de energia de baixo
carbono entre empresas brasileiras.
Isso representa uma redução de 130 milhões de toneladas de carbono equivalente, ou 16% da meta
nacional de corte de emissões até 2025. O Banco Mundial estima que, com mais projetos voltados à
eficiência energética, o Brasil poderá deixar de emitir 12,5 milhões de toneladas de carbono
equivalente, o que será essencial para cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)
das Nações Unidas. No Acordo de Paris contra as mudanças climáticas, o país se comprometeu a
melhorar a eficiência do setor elétrico em 10% até 2030.
Impacto ambiental
A Confederação Nacional da Indústria (CNI), em parceria com os ministérios de Minas e Energia, de Indústria, Comércio Exterior e Serviço, a embaixada britânica no Brasil e a Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e Consumidores Livres (Abrace) busca melhorar a eficiência energética nas empresas com o Programa Aliança, que garante investimentos para aumentar a competitividade e a sustentabilidade da indústria brasileira.
Já o Banco Mundial, em parceria com a Caixa Econômica Federal, busca alavancar capital do setor privado para investimentos nas áreas de indústria e iluminação pública urbana com o Projeto de Instrumentos Financeiros para Cidades com Eficiência Energética do Brasil (FinBRAZEEC). O programa inclui assistência técnica na área de preparação de projetos com apoio do Fundo Verde para o Clima, do Fundo Global de Infraestrutura e do Programa de Assistência para o Gerenciamento do Setor de Energia (ESMAP) do Banco Mundial.
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