Microgrids: conheça a solução que pode garantir o abastecimento elétrico até mesmo nas regiões mais remotas
Num cenário socioeconômico de crescentes mudanças e preocupações ambientais cada vez maiores,
os microgrids se apresentam como uma alternativa para garantir o abastecimento mesmo em
condições adversas.
No mundo todo, cerca de 840 milhões de pessoas ainda não têm acesso à energia elétrica, de acordo
com dados do Banco Mundial. Só no Brasil, cerca de 2 milhões de moradores de diferentes regiões
do país não contam com acesso a este recurso, conforme relatórios divulgados pelo Instituto de
Energia e Meio Ambiente (IEMA). Isso significa não ter iluminação à noite, não ter como resfriar
alimentos e medicamentos, não ter acesso a produtos eletrônicos nem a tecnologias de
comunicação.
A falta de acesso à energia elétrica em nosso país se concentra principalmente nas regiões Norte e Nordeste, em comunidades com acesso remoto ou baixa densidade demográfica, o que torna economicamente inviável a construção de linhas de transmissão. Isso impede que a energia gerada nas grandes hidrelétricas do país chegue até estes locais. Mas, em um país com alto potencial de geração energética, é possível reverter essa situação.
Microgrids e a Universalização da energia
Em um país com alto potencial de geração energética, é possível reverter essa situação com o uso de
microgrids: nada mais do que redes de distribuição de energia que contam com uma ou mais fontes
de geração locais e independentes da rede principal de distribuição. Com essa tecnologia, é possível
gerir toda a produção de eletricidade com softwares sofisticados que ajudam a coordenar as fontes
para evitar variações na tensão e quedas de energia.
Dessa forma, é possível conectar pequenas usinas movidas a biomassa ou gás natural, energia eólica,
solar ou mesmo hidrelétricas de pequeno porte a um sistema local - o que beneficia o uso das fontes
renováveis e faz o fornecimento final com qualidade para o consumidor. Isso significa não apenas
acesso à eletricidade, mas também a redução de custos e poluentes, uma vez que o sistema
consegue identificar a geração mais estável e utilizar fontes poluentes apenas em casos de
necessidade.
No Brasil, a Siemens já atuou junto à Centrais Elétricas do Pará (CELPA) para instalar 12 microgrids no
estado. Eles são geridos diretamente da capital Belém e beneficiam comunidades em locais de difícil
acesso. Ao respeitar o potencial energético de cada região, é possível instalar microgrids que
beneficiam a geração local, diminuem custos e levam desenvolvimento para todo o país.
Microgrids para empresas e indústrias
Os microgrids têm ganhado popularidade também em indústrias, grandes edifícios comerciais, bases
militares e locais com infraestrutura crítica, como data centers, que não podem enfrentar variações
na tensão ou interrupção do fornecimento de energia. Graças à resolução da Agência Nacional de
Energia Elétrica (Aneel), que dá incentivos aos consumidores que se tornem produtores de energia,
hoje há uma demanda cada vez maior por essa tecnologia também nas grandes cidades já
abastecidas pelas redes de distribuição tradicionais.
Com a instalação de painéis fotovoltaicos ou turbinas eólicas, por exemplo, um grande edifício ou
uma indústria que gera a própria energia pode permanecer conectado à rede de distribuição local e
usar um microgrid para fazer a gestão do consumo: assim, só usa a energia da rede quando a geração
local for menor do que a demanda. Da mesma forma, quando a geração de energia for superior à
demanda local, o microgrid permite alimentar a rede de distribuição geral com o excedente e gerar
desconto na conta de energia.
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